O DESCONFORTO NECESSÁRIO A UMA BOA GESTÃO

Quem se preocupa com o desconforto na gestão?

Com frequência escuto gestores, seja empresários, sócios, diretores ou gerentes contratados em empresas, seja ocupantes de cargos de gestão em governos ou instituições públicas, reclamando de um ou outro desconforto em fazer o que lhes compete, à frente das organizações que comandam.

Seja o desconforto em lidar com concorrentes, governo, desafios econômicos, sociais ou tecnológicos, ou seja um dos desconfortos mais citados – lidar com pessoas – fazer gestão parece incluir a difícil tarefa de lidar com situações desconfortáveis, nos ambientes interno e externo da organização.

Seja em assuntos financeiros, marketing, comercial, de tecnologia, operação, qualidade, produtividade, comunicação, tomada de decisão, ou outros assuntos, encontrar momentos de desconforto, e ter que lidar com isso, são desafios para todo e qualquer gestor, em maior ou menor grau, intensidade e frequência.

Nesta série de artigos sobre planejamento estratégico, trago o assunto “desconforto” relacionado ao tema estratégia, no intuito de trazer uma contribuição, para que gestores reconheçam e possam lidar com o desafio de identificar o desconforto, reconhecer, e lidar.

Assim, pergunto:

Como superar o desconforto na gestão?

Neste artigo comento sobre porque falar sobre desconforto em gestão, e relaciono sugestões de como lidar com o assunto..

Por que falar de desconforto na gestão?

Desconforto significa “Desprovido de conforto; sem comodidade; sensação de desconsolo; desalento ou mal-estar” (Dicionário Online de Português).

Sendo o desconforto, essencialmente, uma sensação negativa, de mal-estar, que nos traz sentimentos negativos, física e mentalmente, a tendência natural é evitar, fugir, livrar-se do desconforto.

Porém, há uma outra forma de encarar o desconforto.

Enxergar o desconforto, embora uma sensação ruim, como algo positivo, e que, mesmo que não tenha sido buscado, algo que existe, e deve ser enfrentado. 

Exemplos disso são situações como:

  • O desconforto da restrição alimentar para quem deseja emagrecer;
  • O desconforto de quem passa por uma cirurgia para tratar alguma doença;
  • O desconforto de ter que estudar para quem deseja passar num concurso;
  • O desconforto de um processo rigoroso de seleção para quem deseja conquistar uma vaga numa empresa ou serviço público;
  • O desconforto dos treinamentos físicos para um atleta campeão.

Esses exemplos são típicos exemplos pessoais. Quais são alguns exemplos de desconforto em termos de gestão? Vejamos:

  • O desconforto de não atender um cliente, por falta de capacidade ou mesmo por decisão estratégica;
  • O desconforto de lidar com conflitos;
  • O desconforto de tomar decisões que vão afetar pessoas negativamente;
  • O desconforto de enfrentar crises econômicas;
  • O desconforto de não conhecer determinadas situações profundamente para tomar decisões mais assertivas;
  • O desconforto de ter que rever uma decisão tomada anteriormente;

O que podemos aprender com isto?

Relaciono a seguir algumas verdades sobre o desconforto em nossa vida.

  1. O desconforto existe. Não podemos negar que situações desconfortáveis existem, e existirão, cedo ou tarde, num assunto A ou B. O desconforto pode ser provocado intencionalmente, por uma pessoa, uma empresa, uma circunstância mercadológica, ou acontecer de forma espontânea, por fenômenos da natureza, sociais ou culturais;
  2. Desconforto é algo comum. Você conhece alguém ou alguma organização que nunca tenha passado por desconforto? Isso praticamente inexiste. Acontece com pessoas, empresas e organizações, de modo relativamente frequente.
  3. Desconforto é útil. Este é o principal ponto do desconforto. Ele nos provoca, nos incita a nos mexermos, nos tira da situação confortável de comodidade com o jeito como as coisas estão funcionando. Como se costuma dizer que “sucesso é precedido de dor”, o desconforto parece ser algo necessário antes de um período de superação e elevação. Vem daí o ditado “depois da tempestade vem a bonança!
  4. Desconforto é temporário. Desconforto costuma ser algo temporário, passageiro, finito. Assim como a bonança vem após a tempestade, que é passageira, o desconforto não costuma ser duradouro, sobretudo se nos empenharmos em superá-lo;
  5. O desconforto precisa ser identificado e reconhecido. Agora que você sabe que desconforto, embora desconfortável, tem seu lado positivo, e até necessário, cabe identificá-lo e reconhecê-lo quando ele se apresentar. Muito mais do que fugir dele e negar sua existência, é importante você saber que algumas situações serão desconfortáveis, mas que isso faz parte da vida, dos negócios, e que isto deve ser encarado com naturalidade. Identificar e reconhecer o desconforto é o primeiro passo para aprender a lidar com ele;
  6. O desconforto precisa ser enfrentado e superado. Uma vez identificado e reconhecido, caberá encontrar maneiras de lidar com ele, começando por saber conviver, ter resiliência para lidar com a situação, paciência e persistência para suportar a fase difícil – pode ser apenas alguns minutos, mas pode ser também semanas e até meses, competência e inteligência para encontrar saídas.

Vejamos a seguir como o desconforto se manifesta na gestão.

Lidando com o desconforto na gestão

Agora que você sabe da inevitabilidade do desconforto na gestão, relaciona alguns passos de como você pode levar com assunto: 

  1. Esteja preparado para encontrar situações de desconforto. Este é o primeiro, o mais frequente, e mais importante desconforto a ser enfrentado. Como dissemos anteriormente, desconforto em gestão é algo muito provável de acontecer. Podemos afirmar que vai acontecer com você, em algum momento. Esteja preparado para quando isso acontecer. Não se surpreenda quando acontecer;
  2. Identifique o tipo de desconforto presente. Procure entender a natureza do desconforto, se tem a ver com planejamento, com a gestão, com estratégias, metodologias, comportamento de pessoas, cultura organizacional, tecnologia, produtos e serviços;
  3. Entenda os motivos que estão provocando o desconforto. Uma vez entendida a natureza do desconforto, identifique que motivos estão provocando esse desconforto. Identifique se foi algo planejado, intencional, ou se foi casual, ou provocado por fatores externos. Descobrir que foi provocado externamente, é importante, para não levar você a desgastes no relacionamento interno;
  4. Defina a causa raiz dentre os motivos identificados. Dentre os motivos de desconforto, haverá um ou dois, que são determinantes para essa situação. Entenda os como a causa raiz do desconforto;
  5. Procure estimar a duração desta situação. Uma vez entendida a natureza e a causa raiz do desconforto, procure estimar se a duração será curta, média ou longa. Isso é muito importante para você saber quanto você precisará ter equilíbrio emocional para conviver com a situação;
  6. Identifique o que você precisa fazer para remover a causa. A partir da causa raiz, identifique ações que precisarão ser implementadas para remover a causa raiz do desconforto;
  7. Execute a ação identificada, minimizando ou eliminando o desconforto. Uma vez executada a ação removedora da causa-raiz, o desconforto cessará, ou diminuirá bastante, ficando apenas na lembrança;
  8. Aguarde o próximo momento ou período de desconforto. Isso mesmo! Você não estará livre de desconforto na gestão. Poderá ser algo que acontece de imediato, ou que venha surgindo devagar. Algum desconforto você encontra lá hoje, amanhã ou depois.

Faça o Planejamento Estratégico Ágil

Gostou do tema? Ficou interessado em fazer um planejamento estratégico ágil? Está precisando adotar estratégias ágeis em seus negócios? Está sem tempo para fazer o planejamento estratégico estruturado e aprofundado que gostaria de fazer? 

Você precisa fazer um planejamento estratégico ágil!

Conheça o PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ÁGIL, e saiba como definir, em apenas duas reuniões, as principais estratégias prioritárias para seus negócios e atividades, para os próximos meses.

Nota: Todas as imagens utilizadas neste artigo foram obtidas junto ao Site Pixabay.