Como encontrar (ou se tornar) um profissional qualificado no mercado!

Quem se incomoda com isso?

Uma das atribuições de gestores é localizar, selecionar e admitir novos profissionais para trabalhar, com bom desempenho, em suas organizações.

Mas isso não costuma ser uma tarefa fácil, e, com frequência, ouvimos  empresários, diretores, gerentes reclamando da “falta de gente competente e preparada para trabalhar”.

Que dificuldades isso traz?

Com frequência sou indagado sobre a dificuldade apontada por diretores e gerentes, de encontrar gente boa para trabalhar! Esta não é uma questão fácil nem simples de responder.

Veja, leitor, se você vivencia alguma das dificuldades relacionadas a seguir.

  • Você, gestor, está satisfeito com o seu quadro de pessoal?
  • Tem conseguido encontrar gente boa para ocupar as funções e cargos necessários ao bom desempenho que sua organização precisa?
  • Ou você tem, muito mais, se lamentado pela dificuldade em encontrar gente qualificada para trabalhar?

Possivelmente as questões aqui colocadas possam ser traduzidas numa única dificuldade:

Como encontrar gente nova e competente para trabalhar conosco?

Os dois lados da questão 

De um lado temos organizações e empresas reclamando de que não encontram gente boa no mercado. “E quando contratamos alguém recém formado, esse pessoal não sabe fazer nada”.

  • Problema 1: muitas organizações precisando de e não encontrando gente qualificada para trabalhar.

Por outro lado, temos uma boa quantidade de faculdades e universidades formando pessoas, a cada semestre, que não conseguem uma boa colocação em empresas e organizações.

Muitas vezes, os recém formado alegam que “as empresas só querem gente muito qualificada, com muita experiência, mas se predispõem a pagar pouco”.

  • Problema 2: muitas pessoas formadas em faculdades e universidades precisando de e não encontrando organizações para trabalhar.

Como resolver estes dois lados do problema?

As duas reclamações são procedentes, e ambos os lados podem ajudar a resolver a situação.

Por que as reclamações de gestores procedem?

  • Por que, de fato, o profissional não sai da faculdade sabendo fazer tudo!
  • Porque o papel da faculdade não é deixar o profissional “pronto” a resolver toda e qualquer situação-problema da realidade de empresas e organizações. Basta considerar quanto tempo um médico, depois de concluída sua graduação, ainda tem que estagiar ou fazer residência, até ficar pronto a atuar de forma verdadeiramente independente junto a um paciente;
  • Por que as empresas, com a crescente elevação da concorrência e disputa por clientes, precisa de respostas rápidas, caso contrário podem perder competitividade, mercado e rentabilidade;
  • Por que os clientes, cada vez mais conscientes e exigentes, requerem maiores e melhores níveis de qualidade em produtos e serviços, e menores preços;
  • Por que tempo tornou-se um item preponderante na vida de empresas, clientes e consumidores, e as empresas precisam dar respostas mais ágeis, sob pena de perder clientes para quem agir mais rápido;

Por que as reclamações de jovens profissionais procede?

  • Por que existe, de fato, uma quantidade de empresas que se acostumou a pagar pouco para obter pouco resultado com isto. O mercado ficou empobrecido, e muitas empresas ficaram pouco competitivas.
  • Por que, existe uma porção de gestores “desatualizados” em termos de competência técnica, competência gerencial, e, mais ainda, capacidade de liderança.
  • Por que o mercado exige, cada vez mais, qualidade, produtividade e agilidade, e as organizações muitas vezes não dão o tempo adequado para um novo profissional se adaptar.
  • Por que as novas tecnologias estão fazendo uma diferença enorme e as organizações não estão preparadas para lidar com isso.
  • Por que existe, de fato, uma crise de trabalho. Crescente. Não falo de emprego, mas de trabalho humano. Se você viveu a época, ou assistiu em algum filme antigo, poderá lembrar que:
    • Antigamente as ligações telefônicas eram feitas através de telefonistas. Hoje essa profissão não existe.
    • Antigamente a iluminação pública era ligada através de técnicos motorizados. Hoje essa profissão não existe.
    • Antigamente as transações bancárias eram realizadas por funcionários dos bancos. Hoje quase tudo é feito via internet ou caixas eletrônicos.
    • E tantos outros exemplos poderiam ampliar essa lista.
  • Existe o choque de gerações, e isso traz necessidades de adaptação de ambos os lados: nem os jovens são donos da verdade, nem os gestores são senhores da razão.
  • Existe uma natural acomodação de valor do trabalho, refletindo-se na atualização de remuneração por tipo de trabalho. De modo mais frequente, as profissões – ou os tipos de trabalho – mais antigas tendem a ter remuneração decrescente. Novas profissões – ou novos tipos de trabalho – tendem a ter maior remuneração, até mesmo por não existir muita gente qualificada para fazer aquilo.

O que gestores suas organizações podem fazer para resolver o problema

Relaciono a seguir algumas ações que gestores de organizações podem estimular e executar, para resolver, ou minimizar, as dificuldades para encontrar gente qualificada.

  • Ter programas de estagiários que possibilitem a identificação e seleção de estudantes com potencial, de contratação após conclusão de seus cursos de graduação. Algumas grandes organizações já os tem.
  • Ter programas de trainees que possibilitem a formação de profissionais adequados às suas necessidades e realidades específicas. Nenhuma faculdade conseguirá formar pessoas prontas para atuar em diferentes funções de diferentes segmentos empresariais, com diferentes níveis de necessidades. O profissional não sai da faculdade sabendo fazer tudo para toda e qualquer organização ou empresa!
  • As empresas e organizações precisam ter gestores – diretores e gerentes – que se predisponham a ensinar e orientar seu pessoal – tanto os novos, recém formados, quanto os antigos. A formação deve ser incipiente, mas com necessidades de aprendizado e crescimento compatíveis com os problemas vivenciados por suas organizações. O papel do gestor, nos dias de hoje, é formar sucessores;
  • As organizações, além do papel de orientar e capacitar o pessoal novo, devem exigir, deste pessoal demonstração real, de aquisição do conhecimento transmitido. Isso pode ser em forma de testes, provas, seja em termos de aplicação dos conhecimentos adquiridos, com impacto nos resultados empresariais;
  • As organizações podem e devem exigir, destes novos profissionais, que demonstrem capacidade de inovar práticas gerenciais e operacionais, de modo que eles passem a fazer parte de um sistema de aprendizado coletivo, onde não tenham uma participação apenas passiva, mas ajam, ativamente, em prol da elevação do conhecimento e desempenho empresarial;
  • Disseminar os valores empresariais específicos, de modo que estimular que cada novo profissional, assim como os antigos, ajam de acordo com aqueles valores defendidos pela organização;
  • Possibilitar ao novo profissional, guardadas as especificidades de cada ramo de atuação, aquisição de conhecimento sobre tecnologia intrínseca da empresa, questões de mercado do setor de atuação da empresa.

O que os profissionais recém formados podem fazer para resolver o problema

  • Defina que tipo de profissional você é, ou quer ser. Se você é um profissional competente, responsável e qualificado como outros bons profissionais do mercado, adeque-se ao valor praticado no mercado. Se você, entretanto, deseja receber remuneração superior ao valor praticado no mercado, seja um profissional superior a tantos outros bons profissionais do mercado.
  • Quando se deparar com gestores “desatualizados” em termos de competência técnica, competência gerencial, e, mais ainda, capacidade de liderança, não se porte como alguém que quer “mudar o mundo”, afinal cada um tem sua história, e sua parcela de contribuição na história. Procure entender a contribuição de cada um e identificar o que você pode fazer para contribuir com aqueles, sobretudo em competências e habilidades mais atuais, que você certamente dispõe.
  • Realize seus trabalhos com qualidade – isto é inegociável. Nunca deixe de fazer bem feito. Seja produtivo, ou seja, faça cada vez mais, com cada vez menos. E faça suas atividades com agilidade crescente. O mundo é cada vez mais “fast”.
  • Uma das áreas de maior poder de contribuição de jovens profissionais é, sem dúvida alguma, tecnologia, em especial tecnologia de informação. A introdução ou intensificação de novas tecnologias para vê,nos e novos problemas das organizações pode ser um caminho de entrada e conquista de espaço para novos profissionais.
  • Estar atento à dança das profissões é uma tarefa indelegável para todos os profissionais, em especial os mais jovens. Acompanhar a evolução, as tendências, e o fim de profissões antigas e novas deve ser uma atividade contínua dos jovens profissionais. Algumas profissões deixarão de existir, algumas se modificarão, outras surgirão. Não tem muito sentido lutar contra o uso de novos aplicativos, mas sim, encontrar soluções em sua área de atuação, aprender, dominar e colocar isso a serviços das organizações.
  • Sobre o choque de gerações, isto é inevitável. Apenas entenda isso, reconheça, admita, e adapte-se. Aqui, mais uma vez, descubra como ajudar nesse contexto.
  • Sobre o valor do trabalho, no sentido de remuneração, se atividades  mais antigas tendem a ter remuneração decrescente e novas profissões tendem a ter maior remuneração, os profissionais jovens devem estar buscando inovação no trabalho. Fazer atividades antigas de jeito novo ou encontrar novas atividades para atender necessidades que sempre existirão são desafios interessantes.

Gostou do artigo? Então clique aqui para acessar outros materiais

Convite

Convido você a conhecer o vídeo “A desgraça do protegido é o protetor”