Quem se preocupa com privacidade do cliente?
No artigo de hoje trago uma reflexão sobre os cuidados que devemos ter na comunicação com clientes e usuários de serviços.
Seja como cliente ou como prestador de serviços, profissionais e gestores de serviços, em especial equipes de atendimento, precisam respeitar, com muito vigor, as informações privadas das pessoas.
Afinal de contas, o que é privado deve ser tratado como privado, não é mesmo?
Mas nem sempre isso acontece. Por vezes nos deparamos com situações como:
- Você já sentiu sua vida exposta na recepção de um hotel, clínica ou repartição pública?
- Alguma vez você esteve na recepção de uma organização qualquer, e foi solicitado a fornecer dados pessoais que você não gostaria de compartilhar com outras pessoas, sobretudo desconhecidos?
- Para você, um profissional de serviços deve agir com parcimônia, silêncio e respeito, ou sair falando alto para todo mundo ouvir?
Essas situações podem ocorrer durante um atendimento em ambiente público e, para tal, há que se ter um tratamento profissional, a fim de evitar transtornos às pessoas. Por isto, trazemos a questão:
Como tratar as informações pessoais de clientes?
Para ilustrar o assunto, narro a seguir uma experiência vivenciada num laboratório de análises clínicas.
Veias abertas no laboratório
Certa vez fui a um laboratório de análises clínicas, em cuja recepção uma atendente, sentada diante de um computador, a cerca de 3 metros do balcão onde os clientes ficavam, solicitava as informações sobre o cliente.
Dada a distância em que ela se encontrava, obrigatoriamente ela era levada a falar alto, para que o cliente pudesse escutar suas perguntas. Da mesma forma, o cliente tinha que falar alto, para que ela escutasse suas respostas. Neste contexto, todos naquele ambiente escutavam tudo sobre todos.
Nos poucos minutos que ali permaneci, pude observar cenas como:
- Uma senhora, de idade avançada, teve que falar, em alto e bom som quantos anos bem vividos ela já percorrera em sua trajetória neste mundo. Dependendo da pessoa, divulgar a idade pode não ser algo agradável.
- Uma mocinha precisou anunciar que estava vindo para fazer seu teste de gravidez. Ora, e se a mocinha tivesse alguma preocupação relacionada à sua possível gravidez e isso lhe causasse incômodo?
- Um senhor foi obrigado a informar que estava há mais de 48 horas sem fazer sexo, pois era uma exigência para realizar determinado exame. Acredite se puder!
- Um jovem teve que informar que havia usado o supositório, como condição de preparativos para o exame. Este não é um assunto que qualquer pessoa aborda com naturalidade.
Na minha vez de ser atendido, pedi, gentilmente que ela se aproximasse, e informei que não gostaria de contar minha vida publicamente. Ela, para surpresa minha, teve muita compreensão e presteza, e anotou meus dados num papel, tendo, em seguida levado à mesa de trabalho, onde pode introduzir os dados no computador.
Agradeci a gentileza e presteza, e retornei à minha condição de paciente, aguardando a minha vez de ser chamado.
Enquanto isto, ela retomou o procedimento anterior, perguntando, à distância, aos próximos clientes, seus dados pessoais, em alto e bom som.
Reflexões de paciente
Enquanto isto, ela retomou o procedimento anterior, perguntando, à distância, aos próximos clientes, seus dados pessoais, em alto e bom som…
A cada pessoa que chegava, ela fazia suas indagações em voz alta , lá da mesa com o computador, e o paciente, diante do balcão, cerca de 3m, respondendo a ela, e compartilhando suas informações com todos que por perto estivessem.
E fiquei a pensar: infelizmente ela não entendeu o recado, e não aprendeu a lição!
Por outro lado, será que era ela, a atendente, que deveria despertar para isto? Ou orientar os funcionários é uma tarefa para o gestor da clínica?
Logicamente que ela poderia ter tido a perspicácia de entender o recado, e mudar sua conduta, passando a solicitar as informações dos clientes, de forma mais respeitosa e, sobretudo, privada.
Mas isto implicaria, por exemplo, toda vez, levantar, anotar no papel, voltar ao computador e digitar os dados, num verdadeiro vaivém que reduziria sua produtividade, além de exigir muita disposição – que ela, talvez não tivesse.
Quem deve planejar a comunicação?
Por esta razão, prefiro atribuir ao gestor a responsabilidade em pensar, planejar, e definir o processo de atendimento de forma mais servidora.
Cabe ao gestor idealizar um processo de atendimento que:
- Privilegia, primeiramente, a privacidade dos clientes;
- Enalteça, e esclareça, na cabeça dos atendentes, que recepção existe, sobretudo, para acolher as pessoas que chegam, proporcionando-lhes bem estar;
- Incentive, motive e energize as pessoas do atendimento para agir com simpatia e alegria.
- Prepare o sistema de atendimento para proporcionar respeito, atenção e educação.
E, uma vez desenhado o processo de comunicação com estas características, providencie os demais recursos, como leiaute, equipamentos, materiais, informações, e tecnologias, de forma compatível com um este processo respeitoso e atencioso.
A definição de um leiaute adequado proporciona, e neste caso de forma especial, que as pessoas ajam conforme esperado. A mesa com o computador, proximidade balcão, reduziria, e muito, a chance da atendente falar alto com o cliente.
“Ah, mas a tomada na parede não permitiria que o computador ficasse próximo ao balcão”, alguém diria.
E eu pergunto: providenciar uma tomada é responsabilidade de quem?
“O gestor é o maior responsável pela comunicação de sua equipe com os clientes”
Está gostando desse artigo? Então clique aqui para acessar outros materiais
Mas quais são os cuidados essenciais na comunicação com os clientes?
Convido você a conhecer As 7 regras de ouro da comunicação com os clientes.
As 7 regras de ouro da comunicação com os clientes
- Entenda que em serviços a comunicação é de fundamental importância.
- Selecione e contrate gente que goste de se comunicar.
- Treine, converse, acompanhe sua equipe.
- Associe falas ao que você faz.
- A menos que você trabalhe num tipo de serviço que exige silêncio, não fique sem conversar com o cliente.
- Nunca, jamais deixe de responder clara e agilmente a uma questão colocada pelo cliente.
- Procure agir e se comunicar no sentido de fazer com que o cliente sempre tenha boas lembranças de você, sua equipe e sua organização ou empresa.
As As 7 regras de ouro da comunicação com os clientes estão mais detalhadas no artigo “Converse com seu cliente. Ele vai gostar muito!”
Um convite
Gostou do artigo? Então clique aqui para acessar outros materiais
A mesma imagem do artigo
Convido você a conhecer o curso / artigo Converse com seu cliente. Ele vai gostar muito!” para que você possa, juntamente com sua equipe, melhorar a comunicação com os seus clientes.